domingo, 9 de setembro de 2012
O futebol colombiano, infelizmente, anda um pouco fora da mídia sulamericana. Constantes fracassos da seleção nacional em se classificar para as recentes copas do mundo (A última foi em 1998, e antes disso a de 1994 foi marcada pelo assassinato de Andrés Escobar, morto ao retornar ao país depois de fazer um gol contra), aliado a insucessos de seus times nas principais competições continentais - Libertadores e Sulamericana - suplantados por equipes equatorianas e chilenas, talvez não dê aos mais jovens a dimensão da força daquele país. Porém, quem acompanhou futebol nos anos 80 e 90 sabe do que eles são capazes. É um daqueles casos em que você pode atribuir uma característica específica de jogo ao país, onde você olha e diz "isso é futebol colombiano". No caso: habilidade individual aliada à velocidade; contra-ataques rápidos, ousadia, jogo ofensivo. Mesmo com a enxurrada de técnicos argentinos que têm passado por lá a característica de seus jogadores que se destacam mundo afora se mantém, como Falcão Garcia (habilidade), ou Pablo Armero (velocidade), só para citar dois casos atuais mais famosos. 

Os clubes colombianos já venceram duas vezes a Libertadores da América, com Atlético Nacional em 1989, e Once Caldas em 2004. Porém cabe ao América de Cali o maior número de participações em finais da maior competição continental. Foram quatro decisões, incluindo três seguidas (1985, 1986, 1987, e 1996). O que pode parecer um fracasso para alguns, me parece a prova de que no fim dos anos 80 o Mechita foi um dos maiores sulamericanos, já que em campeonatos de mata-mata nem sempre vence o melhor, e se fossemos tomar como parâmetro a regularidade, chegar em três finais seguidas de libertadores seria mais que suficiente para credenciá-lo como um grande. Uma das finais, a de 1987 contra o Peñarol, foi sem dúvida uma das mais emocionantes de todos os tempos na Libertadores. O América venceu o primeiro jogo fora de casa, em Montevidéu, por 2 a 0, e na volta o Peñarol fez 2 a 1, na Colômbia. Hoje em dia isto seria suficiente para dar o título ao time de Cali, mas naquela época o placar agregado não contava, e se cada time vencesse um jogo, um terceiro era marcado, em campo neutro. A derradeira partida aconteceu em Santiago do Chile. O jogo ficou zero a zero até os 45 do segundo tempo, o que daria o título ao América, quando no último minuto dos acréscimos o Peñarol marcou seu gol, dando o tri-vice-campeonato ao América de Cali. Um dos melhores exemplos de como este gol marcou os torcedores do América é esta narração de uma rádio colombiana, onde o narrador se recusa a narrar o gol, "No lo voy a cantar! és increible, dios mio por que? Por que siempre a nosotros, señor?"

A camisa que possuo é da marca colombiana NAS, utilizada em 2009. Trata-se de uma camisa comemorativa do décimo terceiro título nacional. O escudo remete aos anos de fundação do clube, recurso muito usado por times brasileiros. A camisa possui marcas d'água com a logomarca do fabricante, o que apesar de um pouco exótico acabou ficando ótimo.  É também um caso raro em que o nome do time aparece estampado na camisa, o que muitas vezes é atestado de falsidade quando se trata de camisas muito mal-feitas, mas nesse caso foi uma bela homenagem




3 comentários:

Gil Nunes disse...

Bela camisa e belo texto. Parabéns!

Fábio disse...

Obrigado cara. Vindo de você o elogio se torna épico.

Fernando Silva disse...

Gostei muito dessa camisa!

Twitter Orkut Facebook Digg Favorites Mais
Tecnologia do Blogger.

Seguidores

Visitantes

free counters

Blogger news