segunda-feira, 12 de julho de 2010
A FIFA nunca foi flor que se cheirasse. Desde os tempos de João Havelange, organizando copas com a ajuda de ditaduras, como na Argentina em 78. Ela sempre foi cruel. Aumentou o número de seleções na copa sem aumentar o tempo da competição. Manteve um grande número de seleções européias, onde está sediada, obrigando lugares como a América do Sul a disputar sofridas repescagens. Bom, alegarão que as ligas européias são mais fortes, que o Euro ainda é imbatível e que a entidade não pode lutar contra a economia internacional, a globalização, etc. Mas mesmo assim a FIFA continua cruel, só legalizou o campeonato mundial de clubes em 2000, e numa fórmula a princípio bizarra, com times convidados sem nenhum critério. A FIFA foi mais uma vez cruel, principalmente com Inglaterra e México, ao, mais uma vez, postergar a discussão do uso de recursos eletrônicos na Comissão Internacional de Arbitragem. A FIFA é cruel ao sequer aceitar o sprayzinho da América do Sul na formação das barreiras. A FIFA vem sendo cruel com o Morumbi por contas de pendengas com dirigentes que não deveriam influir em projetos nacionais. A FIFA é cruel mesmo tentando inventar regras para a naturalização, colocado critérios futebolísticos muito acima dos sociais. Mas apesar disso tudo, nada, nada se compara à crueldade da FIFA na final da copa do mundo. Primeiramente copiando uma prática do COI, da distribuição de medalhas. Bom, pode ser que seja legal, afinal a taça é uma só, e a medalha é individual, os caras levam para casa essa lembrança da competição e tal. Mas a medalha do time que perde a final deveria ser entregue no vestiário, enviada pelo correio, ou qualquer coisa do tipo. Obrigar os caras, que já estão naquela situação deplorável, a subir as arquibancadas e ainda passar ao lado da taça que tanto almejaram e por tão pouco não conseguiram, é crueldade demais. Mas a tortura ainda não acabou. O time perdedor ainda tem que esperar em campo o vencedor erguer a taça, comemorar, posar de campeão pra imprensa do mundo todo, e então a FIFA mostra o cúmulo de seu sadismo. O time perdedor ainda precisa, em nome do Fair Play, fazer um corredor e apertar mão dos vencedores, que se encaminham para a volta olímpica. Um aperto de mão de todos os derrotados a todos os vencedores. Tudo em nome do "Fair Play", quando poucos minutos antes rolavam voadoras e carrinhos não punidos pelo juiz. E no fim desse texto sinto-me compelido a citar alguém que nunca pensei elogiar. Cristiano Ronaldo ao ser eliminado com Portugal nas oitavas de final, perante a insistência do câmera em persegui-lo, cuspiu em direção à câmera e foi para os vestiários. É muito melhor isso do que ficar em campo chorando por imposição de um cerimonial sem sentido.

2 comentários:

Fernando Silva disse...

Concordo! Se o Gil ganhasse no war e quisesse apertar a minha mão depois e dar uma volta olímpica, ficaria bravíssimo!

Gil Nunes disse...

huauhahuauhahuahuah
Que isso Fernando, é tudo em nome do Fair Play!

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