domingo, 31 de outubro de 2010
Era uma promessa antiga do Maurício Mallui confeccionar uma camisa retrô do primeiro time candango a disputar um Campeonato Brasileiro, o CEUB. A camisa da equipe, hoje extinta, tornou-se desejada por diversos colecionadores de camisas alternativas e essa retrô da Mallui não decepciona. O material (33% viscose e 67% poliester) é muito bom e se aproxima do material utilizado na época. Foi dada grande atenção aos detalhes, inclusive com o número costurado äs costas.
É uma grande iniciativa e espero que outras camisas com essa apareçam. Segundo o fabricante, há planos de serem lançadas as camisas do Taguatinga e ARUC. Seriam desejáveis também Defelê e Tiradentes... De qualquer forma, o resgate da memória do futebol do DF, é altamente louvável.
Para quem tiver interesse na camisa, ela está à venda no Mercado Livre e pode ser adquirida clicando aqui.
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domingo, 24 de outubro de 2010
O futebol é realmente engraçado. Afinal de contas, quem imaginava que o Ituiutaba, lanterna do campeonato mineiro de 2010, iria conseguir o acesso para a série B de 2011? Pois então, o mesmo ano de 2010 que decretou o rebaixamento da equipe ao Módulo II do Campeonato Mineiro marcou também um dos grandes momentos da história da equipe, que ano que vem disputará a segunda divisão do campeonato brasileiro.
Fundado em 1947 na cidade mineira de Ituiutaba, a equipe inicialmente foi batizada de Boa Vontade Esporte Clube, nome que rendeu o apelido de "Boa", que perdura até os dias de hoje.
A equipe manda seus jogos no estádio da Fazendinha, que tem capacidade para 3.840 pessoas. Bem, creio que o estádio precisará de uma reforma caso a equipe queira mandar seus jogos da Série B em seu próprio Estádio.
Embora tenha sido fundada em 1947, só em 1998 a equipe se tornou profissional. Desde então, o Ituiutaba tem se destacado no cenário mineiro e agora, quem sabe, terá destaque no cenário nacional! Se depender do apaixonado torcedor boveta, é isso que acontecerá!
Títulos:
- Campeonato Mineiro (Módulo II) - 2004
- Taça Minas Gerais - 2007
- Campeonato do Interior de Minas Gerais - 2009
Hino
Ouça aqui
A camisa abaixo é fabricada pela Deka Sports e foi utilizada, salvo engano, na temporada de 2008:
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segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Tive a idéia de escrever este texto enquanto assistia ao resgate dos mineiros soterrados no Chile. Deixei para o dia seguinte e, antes de começar, fui surpreendido por uma reportagem no Globo Esporte sobre o mesmo tema. Por sinal, uma reportagem boa, coisa rara num programa esportivo que prima basicamente pelo entretenimento. Desisti, mas voltei atrás, pensando que poderia abordar um pouco mais o tema.
Dois mineiros foram retirados da mina e recepcionados de volta ao mundo com referências a seus clubes de coração. Pode parecer fanatismo, mas foram os momentos que mais me arrepiaram. Um deles, recebido pelo irmão com uma camisa da Universidad de Chile, pegou uma bandeira do clube e acenou com ela para a multidão que os observava. Não era o gesto de um sobrevivente, mas de um torcedor. Um gesto que mostrava um amor ao time tão grande quanto à vida. Ao ter todos os holofotes do mundo virados para si não se preocupou em demonstrar aos parentes, amigos, que sua saúde estava boa. Que havia suportado aquela situação inóspita por tanto tempo. A única coisa que importava era demonstrar que era um fanático torcedor de La U. Promoveu o time do coração. Infelizmente não vi ao vivo o mineiro que foi resgatado com uma bandeira do Colo-Colo, o que é uma enorme pena pois é o time chileno que mais me agrada.
Soubemos depois que a única discussão ríspida que ocorreu nos quase dois meses de soterramento foi sobre a posse de uma indumentária futebolística: o atacante do Barcelona, David Villa, filho de mineiros, enviou uma camisa autografada para a mina.
Acredito que fatos como esse dimensionam a imensidão social do futebol. Abraçar uma bandeira de clube com o mesmo amor que se abraça um familiar, ou que se luta pela própria vida não é uma metáfora, mas um fato. Viver não é fácil. É preciso ter bons motivos. E ao se reencontrarem com a vida, e abraçarem antes de tudo seus clubes, esses homens mostraram que o futebol é um deles. O que faz alguém se devotar a algo que não traz aparentemente nada em troca? Só faria esta pergunta alguém que realmente não gosta de futebol. Afinal, quem tem um clube, sabe que ele já fez muito mais por você do que você por ele. Sim, também te faz sofrer, mas o que seria do amor sem a dor? Louvá-lo sobre tudo e todos não passa de um pequeno agradecimento.
Dois mineiros foram retirados da mina e recepcionados de volta ao mundo com referências a seus clubes de coração. Pode parecer fanatismo, mas foram os momentos que mais me arrepiaram. Um deles, recebido pelo irmão com uma camisa da Universidad de Chile, pegou uma bandeira do clube e acenou com ela para a multidão que os observava. Não era o gesto de um sobrevivente, mas de um torcedor. Um gesto que mostrava um amor ao time tão grande quanto à vida. Ao ter todos os holofotes do mundo virados para si não se preocupou em demonstrar aos parentes, amigos, que sua saúde estava boa. Que havia suportado aquela situação inóspita por tanto tempo. A única coisa que importava era demonstrar que era um fanático torcedor de La U. Promoveu o time do coração. Infelizmente não vi ao vivo o mineiro que foi resgatado com uma bandeira do Colo-Colo, o que é uma enorme pena pois é o time chileno que mais me agrada.
Soubemos depois que a única discussão ríspida que ocorreu nos quase dois meses de soterramento foi sobre a posse de uma indumentária futebolística: o atacante do Barcelona, David Villa, filho de mineiros, enviou uma camisa autografada para a mina.
Acredito que fatos como esse dimensionam a imensidão social do futebol. Abraçar uma bandeira de clube com o mesmo amor que se abraça um familiar, ou que se luta pela própria vida não é uma metáfora, mas um fato. Viver não é fácil. É preciso ter bons motivos. E ao se reencontrarem com a vida, e abraçarem antes de tudo seus clubes, esses homens mostraram que o futebol é um deles. O que faz alguém se devotar a algo que não traz aparentemente nada em troca? Só faria esta pergunta alguém que realmente não gosta de futebol. Afinal, quem tem um clube, sabe que ele já fez muito mais por você do que você por ele. Sim, também te faz sofrer, mas o que seria do amor sem a dor? Louvá-lo sobre tudo e todos não passa de um pequeno agradecimento.
Lembro-me de uma vez, na Argentina, quando assisti a um comercial. Infelizmente não o encontrei para postar aqui, mas o texto dizia basicamente o seguinte: um homem troca de roupa; um homem troca de emprego; um homem troca de esposa; um homem troca até de deus. Só existe uma coisa que nunca muda. E apareciam cenas do clubes argentinos no campeonato nacional. Foi o melhor comercial que já vi.
Agora que falamos dos mineiros que homenagearam seus clubes, falemos do inverso, de clubes que se formaram do trabalho e das profissões. Como citou a reportagem do Globo Esporte, no próprio Chile, ali mesmo na região das minas de cobre onde os trinta e três ficaram soterrados, há o Cobreloa. Time que hoje amarga situação complicada, anda meio apagado, mas que nos anos 80 chegou a duas finais de Libertadores, perdendo para Flamengo e Peñarol. Ainda falando em minas e mineiros temos, na Venezuela o Club Deportivo Mineiros de Guayana. Não encontrei informações sobre a relação do clube com as minas, mas acredito que deva existir. Ainda na América do Sul, na Bolívia, existe o Oriente Petrolero, clube formado no bairro onde viviam os trabalhadores das minas de petróleo bolivianas, e que contava em sua primeira formação apenas com trabalhadores da YFPB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos).
No Brasil, que me lembre, não existem muitos. Temos em Aracaju o Confiança, um dos maiores times do Estado de Sergipe, que se originou a partir de uma fábrica homônima, produtora têxtil. Tamanha é a identificação com as origens que até o hoje o clube é chamado de "Proletário" e "Dragão do Bairro Industrial". No Mato Grosso do Sul o maior campeão estadual é o Operário, clube formado por operários da construção civil nos anos 30. Outro que infelizmente não consegui encontrar informações, mas que já vi uma reportagem sobre, é um clube amador do Rio Grande do Sul, chamado Atlético Mineiros, também formado por trabalhadores de minas subterrâneas.
Na Europa o caso mais famoso, ao menos que me lembre, é o do Bayer Leverkusen. O Clube alemão, formado por trabalhores da indústria farmacêutica Bayer. Hoje o clube é independente, sendo inclusive um dos que mais possui associados na Alemanha, mas durante mais de vinte anos viveu sob a influência financeira da empresa.
É na Rússia, porém, que temos os casos mais representativos. Devido ao regime comunista, ainda na época da União Soviética, a Rússia se dividia em classes trabalhadoras em todos os sentidos, e o futebol não fugia dessa regra. Temos o Lokomotiv Moskow, formado por trabalhadores e dirigentes do setor ferroviário, e que durante os anos de União Soviética foi gerido pelo Ministério dos Transportes Ferroviários. O caso mais curioso talvez seja o do Zenit. O clube foi fundado em 1925 por operários que queriam homenagear Joseph Stalin, e por conta disso sempre esteve próximo do poder. Ainda hoje essa relação é forte, sendo que o atual presidente da Rússia, Dimitri Medvedev é também presidente do Conselho do clube. E o mais simpático é o Akademiya Togliatti, antigo Lada Dimitrovgrad. Fundado pela empresa automobilística Lada, a maior da Rússia. Infelizmente quase tudo que pesquisei sobre o time estava em cirílico.
Com certeza existem muitos outros que não lembrei, ou talvez não conheça mesmo. Fiquem à vontade para mencioná-los aí nos comentários.
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domingo, 10 de outubro de 2010
Quando se fala em Armênia, creio que a primeira coisa muitos lembram (pelo menos aqueles com mais de 25 anos) é a personagem de uma novela da década de 80, que tinha como alcunha o nome do pequeno país do Leste Europeu. E, embora o país tenha tido uma história intensa e sangrenta durante o século XX, com o grande genocídio armênio promovido pelos turcos, a história futebolística do país nunca mereceu grandes destaques. Pode-se citar como destaque o atacante Nikita Simonyan, nascido na Rússia, mas filho de armênios. Simonyan marcou 10 gols pela seleção soviética, ganhando a medalha olímpica de 1956. Também foi um dos melhores jogadores da história do Spartak Moscow, sendo artilheiro da liga soviética por diversas temporadas.
Após a dissolução da URSS, jogando como Armênia, a seleção nunca foi muito longe. Nas eliminatórias para a Euro 2012, disputa uma vaga no grupo B, junto com Eslováquia, Rússia, Irlanda, Macedônia e Andorra. Aliás, no último dia 8, a seleção conseguiu um expressivo resultado, ao vencer a líder do grupo Eslováquia, por 3x1.
A camisa abaixo é fabricada pela Hummel e foi utilizada na temporada 08/09. Embora seja uma camisa rara, há um tempo atrás apareceu a venda no Ebay e no Classic Football Shirts.
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