segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Aconteceu durante a Shell Caribbean Cup de 1994. Na última partida do triangular, o selecionado de Barbados necessitava ganhar por 2 gols de diferença para avançar às finais, enquanto Granada se classificaria perdendo por até um gol de diferença. Barbados conseguiu abrir a vantagem de 2x0 e assim continuou. Faltando 3 minutos para o fim do jogo, Granada diminuiu o placar.
Tudo bem até aí, porém o regulamento bizarro da competição previa que, se uma equipe ganhasse uma partida durante a prorrogação, isso equivaleria a uma vitória por 2 gols de diferença. Então o zagueiro de Barbados, calmamente, deu um bico contra a própria meta, resultado que levaria à prorrogação, onde uma vitória simples valeria a classificação para o selecionado de Barbados.
O mais interessante é que, após a marcação do gol contra de Barbados, a própria equipe de Granada tentou jogar contra a própria meta, pois o resultado de 3x2 Barbados a classificaria. A equipe de Barbados passou, então, a defender as duas metas, de modo a garantir a prorrogação. O método deu certo: Na prorrogação, Barbados conseguiu um único gol que, segundo a estranha matemática do regulamento da copa, lhe rendeu a vitória por 2 gols de diferença.
Barbados vs. Granada
http://www.youtube.com/watch?v=ThpYsN-4p7w
sábado, 22 de agosto de 2009
No Campeonato Brasileiro de 1973 o futebol de Brasília teria seu primeiro representante. Era o CEUB, equipe fundada por universitários do Centro de Ensino Unificado de Brasília, de quem herdou o nome. A campanha foi fraca, apenas uma trigésima terceira posição. Os dois anos seguintes não foram diferentes: 37 em 1974 e 31 em 1975, campanhas que não impediram o sucesso do CEUB no Distrito Federal, onde foi campeão em 1973 e vice em 1974. O time encerrou suas atividades em 1976, deixando muitos órfãos e abrindo espaço para que outros clubes conquistassem a hegemonia do futebol de Brasília.
O CEUB costumava mandar os seus jogos no Estádio Pelezão, o grande templo do futebol brasiliense nos primeiros anos da capital, com capacidade para 30.000 pessoas. Abandonado após a construção do Estádio Mané Garrincha, o Pelezão foi, durante anos, o lar de 187 famílias, que ali permaneceram até 2004, quando foram removidas para Ceilândia. Então a demolição do Estádio foi finalmente autorizada. Hoje, ao passar de metrô naquele mesmo local onde, anos antes, eu via algo como um pedacinho de Pripryat no meio de Brasília, não pude deixar de sentir uma nostalgia estranha de um tempo que não vivi. E há uma estranha ironia: o lugar onde décadas atrás era um templo do futebol de Brasília e, logo depois, serviu de lar para os mais humildes, se transformará em um dos metros quadrados mais valorizados do Distrito Federal: Living Park Brasília ou qualquer coisa que o valha. São os trambiques imobiliários e o total desrespeito pela memória do Distrito Federal.
Imagem atual do terreno onde outrora havia o Estádio Pelezão
Estádio Pelezão antes da demolição, já abandonado
Equipe do CEUB durante seus anos de glória
sexta-feira, 3 de julho de 2009
A seleção da França é dependente de um líder.
Só funciona se tiver um mentor técnico e moral.
Assim foi com Platini, Cantona, e Zidane. Cada um desses foi nome de uma era na seleção.
Michel Platini fez tudo que pôde mas só deu à França uma Eurocopa.
Eric Cantona fracassou porque não era líder, era rebelde sem causa.
Zinedine Zidane ganhou sozinho o que os outros dois não conseguiram.
Mas Zidane se aposentou. E há um ano da copa a França precisa de um líder.
Os únicos nomes que se apresentam para isto são Henry e Ribery.
Henry nunca foi nem será.
Franck Ribery é portanto a esperança francesa.
Branco, muçulmano, craque e polêmico.
Muito parecido com Zidane dentro de campo.
Muito diferente quanto à liderança exercida.
Encontra-se atualmente num embrólio entre Bayern de Munique e Real Madrid.
Ao que tudo indica vai sair desmoralizado da situação.
E a França segue em segundo em sua chave nas eliminatórias. Atrás da Sérvia.
Caminha para a repescagem. Como em 1994, quando foi eliminada pela Bulgária e não participou da copa.
Se Franck Ribery conseguirá ser o messias francês eu não sei.
Bom seria se a França deixasse de ser dependente de gênios.
Pois o mundo do futebol tem cada vez menos gente como Zidane.
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domingo, 21 de junho de 2009
(por Raphael Souza Novaes)
Nasci em 8 de setembro de 1983 e desde então sou são-paulino, por parte de pai, mãe, tios e avós. A primeira era de grandes vitórias pela qual vi meu clube passar ocorreu no início da década de 1990 e se encerrou quando eu tinha pouco mais de dez anos.
Tenho na lembrança imagens dos títulos, mas elas se confundem entre as que me marcaram na própria ocasião e aquelas que recolhi ao longo dos anos seguintes, ao rememorar aquelas conquistas.
Finalmente em 2004 meu time pôde (que me perdoe a nova gramática) voltar a disputar um tão adorado torneio continental. Eu estive no estádio, quatro vezes. Inclusive naquela em que se iniciou a queda que se concretizaria na sala de casa, através de uma transmissão de tv.
Vamos a 2005 então. Belíssimo ano! Levamos o estado, o continente e finalmente e novamente o mundo! Não me atrevi a ver os jogos no estádio, preferi a segurança da simultaneidade entre a imagem televisiva e o áudio do rádio. A delegação voltou a sua cidade de origem. Eu estava lá! Ajudando a entoar o coro que pedia a permanência de jogadores e comissão técnica. Semanas depois, alguns dos jogadores vão embora e troca-se o comandante da equipe. Não fiquei satisfeito. Tive receio de que as mudanças impediriam a nova era de conquistas. Principalmente porque aquela outra, de uma década e pouco atrás, havia tido como expoente máximo a figura do técnico.
Chegamos em 2006. O time lidera o campeonato nacional e disputa, a uma só vez, a final do continente. Aqui nessa última o embate é com o vice-líder do nacional. Os dois melhores times do país sem dúvida. Criei coragem e fui assistir ao primeiro jogo. Não acreditei, fiquei estático! Meu time estava caindo diante do adversário que havia sido montado no ano anterior por aquele que agora era o nosso técnico. Desconfiei! De onde estava não vi a cara do homem muitas vezes na beira do campo, como é típico dele, e cheguei a pensar que o cara estivesse dividido.
Dividido nada! Eu é que não sabia. Futebol é isso aí, não adianta chorar e “isso aqui é trabalho!” No final daquele ano éramos novamente campeões nacionais e eu passava a valorizar um título do qual não lembrava bem o gosto. O último havia sido um tanto ofuscado na história do clube pelas vitórias internacionais que vieram na seqüência.
Agora, com o devido distanciamento, consigo enxergar. Aquele era o verdadeiro início de uma nova era e não o ano de 2005. Depois de novamente termos levado as três cores mais belas do país para todo o mundo, agora era possível se libertar da obsessão há mais de dez anos voltada exclusivamente para os títulos internacionais. Agora era a hora de construir a hegemonia completa, a qual começa pelo domínio dos adversários caseiros. Aqueles com os quais jogamos duas, três, quatro vezes ao ano e não apenas uma vez na vida.
A nova era durou três anos e meio. Nesse tempo meu time se sagrou consecutivamente três vezes campeão do país e somou ao todo seis títulos nacionais, apresentou um aproveitamento digno de um soberano e uma capacidade inigualável de superação na adversidade, que sempre ressurgia com o mau desempenho no campeonato continental de início de ano.
Dessa vez foi diferente. Agora as más apresentações e a eliminação do campeonato continental colocaram em xeque-mate o nome do comandante.
Na noite da última sexta-feira estava na casa da minha garota, a mesma garota que há três anos atrás, em sua outra casa, me recebeu desconsolado ao voltar do jogo em que demos o primeiro passo para a perda do título continental. Daquela vez praguejei furioso, baforando um cigarro atrás do outro da janela de sua sala, contra o técnico que não foi capaz de nos liderar adequadamente. Agora, é engraçado, estava sonolento, sequer pensando na derrota de um dia antes (que nem mesmo na hora me abalou exageradamente) quando a âncora do último jornal da noite disse: “Cai o técnico mais vitorioso dos últimos tempos”.
Não tive tempo de pensar. Vinte segundos depois toca o telefone, é minha irmã. Uma das coisas das quais mais me orgulho é ter ajudado a incutir a paixão pelo clube das três cores em minhas duas irmãs mais novas. Ela está p. da vida. Minhas irmãs têm uma visão muito humana do esporte e se apegam às personagens mesmo quando elas não dão resultado.
De cara a notícia me incomodou, mas estou aguardando para amanhã a visita de um amigo tricolor, que manja muito mais do futebol propriamente do que eu. Talvez em meio a algumas tantas cervejas a gente consiga chegar a uma solução. Fui dormir.
Na manhã seguinte o sujeito aparece na porta com um jornal na mão e falando “o que você acha disso”. Penso, caralho, não gostei, mas esperava que você soubesse me responder e não que fosse me perguntar.
Ok, todo mundo sabia que a situação era insustentável e tal. Mas ninguém consegue virar as costas para o que o cara fez nesses últimos anos. Foram cervejas das onze da manhã às sete da noite e nada. Chegamos ao mesmo lugar. No mínimo deviam ter deixado ele lá porque não tem ninguém melhor e por respeito ao que o cara fez e pelo amor dele ao clube. Enfim, o cara é são-paulino. Não se trata um são-paulino desse jeito, porra!
Hoje é domingo. A tv mostrou pela manhã o sucessor dele. Um cara que a bem da verdade não fez picas até hoje! Bom, seja bem vindo e boa sorte, mas saiba que você está sucedendo um cara que entrou para a história do clube, um cara que vai dar nome a uma era. E nome próprio aqui somente o dele, Muricy Ramalho.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Difícil não transformar em heróicos os fatos esportivos dos países do leste europeu após a dissolução da URSS. Desde a Grécia antiga até a devastada Alemanha pós-guerra, o esporte sempre foi um componente aglutinador em culturas devastadas por anos de imposição e sublimação de minorias. A falta de amor-próprio, reação natural pós-traumática, é um dos fatores que impede a mobilização, a reconstrução da unidade perdida. Torna-se então necessário um processo doloroso, lento e gradativo de unificação cultural. Nesses momentos da história a superação dos atletas toma características simbólicas. Todo esse papo que ouvimos aqui no Brasil em época de olimpíadas ou copa do mundo, de que essas conquistas são coletivas, de que os atletas são nosso orgulho, não passam de falácias – exceção feita a 58, 82 e 86(1). Torna-se no entanto afirmação nesses países em ruínas, onde tal atitude não é apropriada pela nação, mas sim uma oferenda dos atletas ao povo do qual fazem parte.
Algumas seleções, como a Iugoslávia e a Tchecoslováquia, apesar das obrigações de uma unidade inexistente, sempre possuíram seleções competitivas(2). Quase todas as outras pareciam ter suas forças sugadas pelo poder central do qual eram excluídas. Mas a primeira copa do mundo após o fim da URSS e do domínio comunista havia de se notabilizar pela campanha surpreendente de uma grande surpresa do leste. O que para muitos poderia parecer um assombro era uma equipe que vinha cuidadosamente se estruturando, e não se importando com a ignorância do resto do mundo em relação a si. Mesmo quando a poderosa França de Eric Cantona levou um gol aos 46 do segundo tempo, no último jogo das eliminatórias européias, e viu afundado o sonho de ir aos Estados Unidos, tendo a vaga tomada pela inexpressiva Bulgária, muitos pensaram tratar-se apenas de um golpe de azar.
Quando a copa de 1994 começou eram apontadas como possíveis surpresas apenas algumas seleções africanas (Camarões principalmente, e Nigéria por fora), a Colômbia com uma campanha irretocável na qualificação sulamericana, e até a fraca Bolívia, que centrada em seu astro "El Diablo" Etcheverry, havia derrotado o Brasil nas eliminatórias(3) – ajudados pelos 4000 m de altitude e a mão amiga de Taffarel. Tal descrença no time búlgaro somente aumentou diante da goleada levada na estréia diante da Nigéria, 3 a 0. Quando observamos o futuro retrospecto do time do leste, fica difícil imaginar que este jogo tenha sido disputado pelo mesmo. Coisas de estréia. Começo de copa do mundo.
Me parece que para quem supera fatos muito graves, motivação e superação não são problema. Muita coisa pode ter acontecido, quem sabe. A minha hipótese é de que os jogadores tenham recebido algumas notícias lá do leste: a vizinha Romênia tinha começado muito bem, o pessoal estava bem empolgado. E quando foram deitar, não conseguiram dormir, Ficaram pensando em como seria legal se pudessem fazer o mesmo, deixar o pessoal do bairro feliz como os vizinhos. E por que não poderiam, oras? Outra teoria é de que os jogadores tivessem ouvido alguma narração brasileira, onde muito antes de se analisar o potencial do time, chacotava-se a Bulgária simplesmente como o time dos "ovs" e nada mais (Mihailov, Ivanov, Hubchev, Tzvetanov, Kiriakov, Yankov, Letchkov, Balakov, Stoichkov, Kostadinov, Penev). Muitos poderiam dizer que o sucesso do time se deve ao talento de Stoichkov, e embora não possa de todo discordar, diria por outro lado que é uma grande injustiça. Stoich era um grande craque: ídolo do Barcelona, artilheiro do time e da seleção, pode-se dizer que para a Bulgária foi como Pelé e Maradona. Mas mesmo com todas essas qualidades, ele não foi a estrela solitária do time. Ele era algo como um ponta esquerda, já que a Bulgária jogava muito no 4-3-3. Suava para levar a bola do meio ao ataque, fazendo grande parte das dobradinhas com Balakov, mas o objetivo de ambos, assim como de todo o resto da formação ofensiva , era o centro-avante Penev. Acontece que apesar do avançado, a Bulgária não tinha um referente claro como era Romário na seleção brasileira. Portanto, a bola rodava os três ofensivos e parava no pé do melhor posicionado. Nisso, de fato, Stoichkov era quase imbatível, posicionamento era seu forte.
Dizem que os fatos não nos deixam mentir, e embora discorde disso, vamos a eles. Ressaltarei dois jogos. Argentina e Alemanha, campeã e vice da copa passada (1990).
A equipe búlgara fazia parte do grupo D, do qual também participavam a sempre favorita Argentina, naquela que seria a última copa de Maradona, a surpresa Nigéria, e a fraca seleção da Grécia. Já se dava como certa a classificação de Nigéria e Argentina e eliminação de Bulgária e Grécia. E tal impressão foi totalmente confirmada quando terminada a primeira rodada. Argentina 4 x 0 Grécia, e Nigéria 3 x 0 Bulgária. O grupo D era considerado uma das maiores babas daquela copa, embora eu particularmente ache que muitas seleções desqualificadas figuraram na competição, baixando consideravelmente o nível desta. Mas eliminatórias são justamente para eliminar, e não há como mudar isso.
Passada a primeira rodada o time búlgaro não tinha muito o que comemorar, iria enfrentar Grécia e Argentina, e mesmo tendo ganhado da primeira de 4 a 0, ainda seria muito difícil se classificar, pois 3 pontos não seriam suficientes para passar como terceiro colocado. Então sem muitas esperanças, mas com toda a vontade, a Bulgária foi para o tudo ou nada com a então atual vice-campeã mundial Argentina. Se até então a confança do time búlgaro era Stoichkov ele converteu isso em realidade. Num jogo que valia tanto a Bulgária não economizou. O número de cartões foi alto para os padrões de uma copa do mundo, a bulgária levou cinco amarelos e um vermelho. Mas o resultado final é incontestável. Toda a raça búlgara havia sido recompensada: 2 a 0 na cabeça de chave do grupo. Com esse resultado Nigéria, Argentina e Bulgária empataram com 6 pontos, e nos critérios de desempate a Nigéria ficou em primeiro, a Bulgária em segundo e a Argentina em terceiro. Os gols desta partida foram de Stoichkov e Sirakov. O que pode ser feita de ressalva desta partida é que a Argentina vivia um péssimo clima pois no jogo anterior Maradona havia sido pego no anti-doping e punido por 15 meses, naquilo que parecia ser sua despedida despedida da seleção ou até do futebol.
Era de se imaginar que a façanha búlgara acabasse por aí. A brincadeira já poderia ter ido longe demais. Mas dê a onze homens um bom motivo e eles podem realizar feitos inimagináveis dentro de quatro linhas. A Bulgária queria mais, e depois de passar pelo México nas oitavas de final, nos pênaltis, chegou com sangue nos olhos pra enfrentar a Alemanha pelas quartas-de-final. A julgar pelo que jogou eu quase posso imaginar a preleção daquele jogo. Um dia uma amiga (Fabiana) comentava comigo sobre as músicas que alguns treinadores colocam para estimular seus times, e fico imaginando que música teria tocado no vestiário búlgaro antes daquela partida: talvez Bohemian Rhapsody (título que traduziria bem a campanha), mas sei lá, fico mais tentado a imaginar algo como Slayer, Metallica. Cada jogador parecia um solo de Hetfield, rápido e certeiro. Mesmo nas quartas-de-final as pilhas pareciam novas. e a Alemanha, claramente demonstrando precisar de uma renovação, não segurou o torpedo do leste. O jogo não poderia ser mais dramático. A Bulgária perdia o jogo até meados do segundo tempo. E foi justamente naquele momento que qualquer jogo de futebol costuma ficar morno, longe do começo e quase perto do fim. Foi nesse momento onde normalmente se baixa o ritmo, quando os alemães tomaram fôlego, que o esquadrão Búlgaro liquidou a fatura: dois gols em cinco minutos. Primeiro uma falta cirúrgica de Stoichkov, depois um peixinho heróico de Letchkov. Ao fim daquele jogo o mundo todo se perguntou "sério?" ao saber o resultado do jogo. E era. Só posso dizer que a comemoração dos jogadores búlgaros ao fim daquele jogo foi mais emocionante até mesmo do que a comemoração brasileira depois da final. O que se via em campo eram homens que simplesmente chegaram ao seu limite físico mas cumpriram uma missão. A pequena torcida búlgara nas arquibancadas do Giants Stadium (e parece obra do destino o nome do estádio) chorava como se a independência do país tivesse finalmente chegado. Fazendo um paralelo com filme brasileiro lançado recentemente, 1994 foi o ano em que o mundo descobriu a Bulgária.
O jogo seguinte, semi-finais, prometia ser ainda mais difícil: a Itália. Não a Itália derrotada nas semi-finais quatro anos antes, mas Itália do genial Roberto Baggio. Nesse jogo, para tristeza de todo mundo que não era italiano, a Bulgária ficou pelo caminho. Um 2 a 1 valente, e a certeza de que o país tinha escrito seu nome na história das copas. O que não é para muitos, e talvez nunca seja repetido pela própria. Mas se o futuro é incerto (estando atualmente a seleção búlgara numa vala terrível), o passado os pertence, e será algo de que aquele povo, tranquilo nos cafés de Sofia, poderá sempre se orgulhar.
A melhor forma de projetar a importância daquela seleção para o povo búlgaro é observar o futuro destino de alguns dos jogadores. O goleiro Mihailov tornou-se presidente da Federação Búlgara de Futebol, Penev é técnico do CSKA Sófia, Letchkov, virou prefeito de sua cidade, Sliven, e vice-presidente da Federação Búlgara de Futebol, e Hristo Stoichkov foi técnico da seleção búlgara.
Notas:
1. A primeira pelo fato de que o Brasil ainda era potência adormecida no futebol, despertando desde então, e as outras duas pelo sentido oposto ao da copa de 70: o esporte como combustível para o movimento democrático.
2. Há que se ressaltar que em geral essas seleções eram representadas por apenas uma parte do país, justamente, onde havia certa unidade. Exemplo disso é o fato, por exemplo de que após a dissolução da Tchecoslováquia, a Rep. Tcheca foi a herdeira do futebol forte, enquanto a Eslováquia não conseguiu muita coisa. Essa herança é inclusive reconhecida pela FIFA.
3. Primeira derrota do Brasil na história das eliminatórias.
Fontes:
http://www.imondialidicalcio.net/uk/nazionali.asp?id=10
http://expertfootball.com/history/bul_1994.php
http://en.wikipedia.org/wiki/1994_FIFA_World_Cup_qualification_%28UEFA%29#Group_6
http://en.wikipedia.org/wiki/1994_FIFA_World_Cup
http://www.futebolforca.com/?p=339
http://en.wikipedia.org/wiki/Yordan_Letchkov
http://es.wikipedia.org/wiki/Luboslav_Penev
http://blogportista.com/emil-kostadinov/
http://www.cmgworldwide.com/sports/stoitchkov/
http://globoesporte.globo.com/ESP/Copa2006/Historia/0,,HHR0-5187-481,00.html
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2002/020307_galeria1994.shtml
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